Castro do Crastoeiro na Senhora da Graça

Estação Rupestre de Campelo, Sítio composto por três afloramentos de granito, na encosta do monte Farinha. O primeiro destacado na envolvente devido às suas grandes dimensões, possui uma superfície bastante irregular, marcada por relevos, fendas e ângulos, gravado por picotagem e abrasão, com uma organização compositiva muito complexa, integrando círculos concêntricos, reticulados e paletes, entre outros, entendendo-se, praticamente, por toda a face superior e integrando as irregularidades da rocha na própria configuração das gravuras. O segundo, atualmente desaparecido, distava do primeiro cerca de 20 metros para NNO. De pequenas dimensões e pouco saliente no terreno, tinha um único motivo gravado, constituído por várias circunferências concêntricas, como “fossete” central e haste ondeada. O terceiro, junto do primeiro, possui gravadas diversas paletes quadrangulares e covinhas. Nas escavações realizadas na envolvência dos penedos recolheu-se um dormente de mó de vaivém, um fragmento de ponta de seta e algumas cerâmicas, de feitura manual, de partes grosseiras, aparentemente enquadráveis na idade do bronze.

GRAVURAS DA FRAGUINHA – Arte Rupestre Conjunto de dois afloramentos graníticos, implantados numa pequena plataforma, no sopé do Crastoeiro, junto a uma linha de água. Local pouco visível, mas com bom alcance visual para Sul, no sentido da linha de água, mantendo contacto visual, igualmente, com a Estação Rupestre de Campelo. Na superfície aplanada do afloramento, estão gravadas cerca de sete dezenas de covinhas, de diferentes tamanhos, agrupadas e alinhadas. Numa área mais aplanada, do lado Norte, são visíveis alguns motivos de cariz esquemático. O afloramento 2, fica contíguo a Norte. Possui um sulco largo, mas pouco profundo, de feitura irregular, bastante comprido, sugerindo um serpentiforme.



SILHAS - Muros Apiários Os muros-apiários, designados na região do Alvão-Marão por silhas, ou simplesmente por muros, são grandes vedações pétreas, implantadas nas encostas ou sobre morros de difícil acesso, destinadas a proteger os enxames de abelhas, presumindo-se que os principais predadores seriam no passado o texugo (Meles meles) e o urso pardo (Ursus arctus). De planta maioritariamente subcircular, com perímetro e altura variáveis, estas arquitecturas, construídas em alvenaria de granito, xisto e quartzito, são providas de um estreito vão de acesso e estruturam no seu interior várias plataformas horizontalizadas, pavimentadas com lousas, que os habitantes denominam “estradoilas”, servindo de assentamento aos cortiços das abelhas. Desconhecendo-se a sua introdução na paisagem rural nortenha, mas admitindo-se que já existissem na Idade Média a avaliar pelo peso do mel e da cera nas exportações portuguesas de finais do século XIII e pela perseguição desencadeada contra o urso, como indicia alguma documentação dessa época, os muros apiários terão começado a perder a sua principal função, no século XVII, com a extinção do maior predador das colmeias, o urso, desocupando-se as estruturas e acelerando-se a sua ruína.

LAGARES ROMANOS Partindo das informações escritas e dos testemunhos de habitantes de Vilar de Viando redescobriram-se os lagares do Rolão, da escusa e da Poça do Vale, e anotou-se a informação da existência de um quarto lagar a procurar proximamente. Os lagares que aqui divulgamos, são estruturas ligadas à transformação do vinho, provavelmente datadas da Época romana. Trata-se de estruturas observadas em muitas outras regiões, destacando-se no Vale do Tâmega as existentes no concelho de Chaves que ascendem a quase uma centena de exemplares. Os exemplares de Vilar de Viando, prova da cultura da vinha desde há quase dois milénios, Neste micro espaço da região de Basto, são estruturas que se seguem uma tipologia mais ou menos standartizada, integrando o lagar propriamente dito, de forma sub-rectangular, pouco profundo e com os rebordos pouco pronunciados, ligeiramente inclinado no sentido da lagareta Completando toda a estrutura, o lagar integra vários entalhes de contorno rectangular e circular, os quais sugerem a existência de um sistema de prensagem, assumindo-se que esta peça deveria funcionar cumulativamente como suporte de esmagamento das uvas e prensa. Eventualmente, alguns dos entalhes poderão estar ligados a uma possível cobertura. Os lagares de Vilar de Viando implantam–se na meia encosta, integrados em áreas com bom potencial para o cultivo da vinha, aliás em conformidade com a paisagem actual. Topónimos: Lagar da Poça do Vale - Lagar da Aguincheira - Lagar da Escusa Cronologia: Época romana

CRASTOEIRO - CastrueiroAs cerca de 50 rochas com gravuras, descobertas até ao momento no Crastoeiro, distribuem- se por cinco complexos núcleos, cada um deles parecendo organizar diferentes recintos. Os principais, pelo número de exemplares e variedade dos motivos gravados, são o 1 e o 2. O nº 1 possui 21 rochas com gravuras, efetuadas por picotagem e abrasão, 15 delas unicamente com covinhas. Nas restantes, conjugam-se covinhas, semi-círculos, círculos simples e concêntricos, sulcos, uma espiral, um motivo ovalado, segmento, com nuvens de ponto no seu interior, etc. No conjunto, evidencia-se um dos afloramentos que, pelo tamanho, composição decorativa e posicionamento, parece constituir o epicentro do recinto. Trata-se de uma rocha, aplanada e com ligeira pendente para Oeste, cujas gravuras se iluminam de forma intensa quando o sol nasce, por detrás do Monte Farinha. As escavações puseram a descoberto uma pia cavada na rocha e um pavimento que encostava a esta rocha indiciando uma área de circulação, onde se distribuíam duas lareiras. Nas imediações existem diversas construções em pedra e fossas abertas no saibro e nos sedimentos, num nível inferior ao das construções pétreas, estruturas que datam de entre o séc. IV e o séc. II/I a.C.. O nº 2, com 9 penedos gravados, fica a 30 metros para Norte do 1. Aqui evidencia-se uma rocha de superfície boleada, onde se gravou a composição mais complexa do grupo. Durante as escavações, sob uma ocupação medieval, apareceram duas rochas com gravuras, uma com duas covinhas isoladas e dois conjuntos de semi-círculos concêntricos que abarcaram duas protuberâncias cónicas do suporte, separadas por uma fissura e outra, encostada à anterior, apenas gravada com covinhas. As escavações desta área revelaram uma última utilização das gravuras durante os finais da Idade do Ferro (séc. I a. C.), através de resquícios de pavimentos com o negativo de uma lareira, co-relacionável com uma pia cortada num bloco de granito, aqui encontrada. Sob estas materialidades ocorre um palimpsesto de fossas, sem negativo, e uma estrutura circular semi-subterrânea o que coloca a primeira reutilização das gravuras nos séc. IV/III a.C., segundo datas radiométricas. Não se detetaram níveis estratigráficos mais antigos na área, no entanto a presença de uma ponta de seta, de escassas cerâmicas dos finais do IV aos meados do III milénio a.C. e de outras da Idade do Bronze, no enchimento de algumas fossas da Idade do Ferro, permite presumir ocupações destes períodos ou utilizações frustres deste lugar, completamente destruídas pelas ocupações posteriores da Idade do Ferro. Cronologia: Idade do Ferro

PEDRA ALTA ( Menir ) Grande batólito granítico, caiado, implantado em posição vertical na encosta Norte do Monte Farinha, com domínio visual sobre o vale do rio Tâmega e o festo dos montes que comunicam com o planalto do Campo do Seixo. De forma subcilíndrica e seccionada longitudinalmente tem de altura cerca 6,5 metros. Cronologia: Pré-história