Mondim de Basto

Mondim de Basto, A principal riqueza do concelho de Mondim de Basto é o seu património natural, arqueológico e arquitetónico num somatório de invulgares motivos de interesse para o turismo. Concelho marcado por duas zonas completamente distintas, uma ribeirinha, a do vale do Tâmega e outra tipicamente de montanha, desdobra-se em constantes locais paradisíacos e estradas de contemplação panorâmica, rasgado por um tecido vivo de riachos e ribeiros a deslumbrar o visitante. A primeira proposta contempla a zona ribeirinha de influência minhota onde predomina o verde, a vinha de enforcado, os campos de milho, os solares e os espigueiros da freguesia de Atei; o centro histórico, o percurso das capelas, as casas dos brasileiros de torna-viagem e os tradicionais jardins de camélias de Mondim. A segunda proposta evolui em altitude para revelar os encantos e mistérios do Alvão, do Marão e das aldeias de montanha semeadas entre as nuvens, as impressionantes quedas das Fisgas de Ermelo e a gastronomia tradicional onde se destacam os enchidos caseiros e a saborosa carne do nosso gado maronês. Há esplanadas convidativas para um fim de tarde de Verão ou uma lareira que se acende para agasalhar no Inverno. (In http://municipio.mondimdebasto.pt/)

No século II A.C. as legiões Romanas sob o comando do Cônsul Décio Juno Bruto invadem e conquistam toda a Região. Há resistência heróica da famosa cidade Cinínia, solar da belicosa tribo dos Tamecanos, provavelmente situada no alto de Nossa Senhora da Graça (Monte Farinha). Décio Juno Bruto funda na serra de Ermelo a cidade «Maranus», que viria a tornar-se numa das mais famosas e importantes de toda a Península Ibérica (séc. II A. C.). Nasce em Atei Santa Senhorinha de Basto (Ano 924). São assassinados e sepultados em S. Pedro de Atei sete Condes por um familiar de D. Afonso Henriques (Princípio da Nacionalidade). D. Sancho I concede Foral a Ermelo (Abril de 1196). D. Nuno Álvares Pereira caça neste Concelho e aqui recruta homens para a batalha de Aljubarrota, tomada de Ceuta, etc. (1384/1385). Gonçalo Vaz, o Moço, deste Concelho, salva a vida a D. João I, na batalha de Aljubarrota e recebe o privilégio «Ajuda-me companhão» (14 de Agosto de 1385). D. Manuel I confirma com foral novo as terras de Mondim de Basto (1514). D. Manuel I exila em Atei as freiras revoltosas do Convento de Santa Clara de Vila do Conde. Ainda hoje a povoação escolhida se chama «Freiras» (cerca de 1500). D João II atravessa o Concelho em visita a Trás-os-Montes (Novembro de 1483). Mondim é invadido e saqueado pelos Franceses. Há vários recontros e escaramuças com a resistência local (11 de Janeiro de 1811). Mondim torna-se o império dos cortumes e fornece todo o país de couro e calçado (cerca de 1700). Camilo por aqui deambula e atravessa o Concelho na fuga da Quinta do Ermo, em Fafe, para Vilarinho da Samardã (2 de Julho de 1860). Por decreto de D. Maria II é construída a nova ponte sobre o Tâmega e desativada a antiquíssima e famosa Ponte de Mondim (Dec. 1856/Inauguração 1882).

Vila e sede concelhia, Mondim de Basto encosta-se a banda esquerda do rio Tâmega, assente em chãos de grande fertilidade, estendidos no sopé do monte farinha, que segura no cume o santuário da Senhora da Graça. Sendo o centro da vida económica e administrativa do seu concelho, a freguesia situa-se, paradoxalmente, no extremo ocidental do mesmo, sendo mesmo toda a fronteira dessa banda, de norte para sul, definida pelo rio Tâmega. Agrupando um conjunto de oito lugares que dão pelos nomes de Bouça, Campos (parte), Carrazedo, Mogo, Montão, Pedra vedra, Senhor da Ponte e Vilar de Viando, o seu termo ocupa uma extensão de superfície com a área de 2.339 hectares, numa região onde se unem as duas províncias mais nortenhas do país: Minho e Trás – os – Montes. Os montes próximos albergam ainda vestígios de povoações e construções de povos anteriores à romanização da Península. Por exemplo, no cerro do Monte Farinha há ainda menções e restos no local que testemunham a existência de três castros. Também próximo do lugar de campos se pode encontrar o castro do Castroeiro, onde o aroma e névoas dos tempos pré – históricos se podem ainda vislumbrar nos desenhos das construções definidos pelas pedras que teimam em servir de testemunhos das mãos que as colocaram em ordem construtiva. Mas o centro da vida politica e militar dos povos dessas épocas centrava-se no castro localizado no monte de Palhaços, sendo o de Castroeiro um posto avançado dependente deste. Da lenda faz parte a crença de que os Gregos e os Assírios teriam posto o pé na região de Mondim, facto, contudo, por comprovar, atendendo a falta de vestígios. Dada mais como certa é a chegada e presença dos Romanos, ainda no século II a C. com o cônsul Décio Junio Bruto a frente das suas legiões, vencendo a resistência oposta pelas tribos montanhesas, nomeadamente a dos Tamecanos, que se alojaram na célebre cidade de Cinínia, no alto do monte agora crismado pelo santuário da senhora da Graça. Incapazes de afastar o génio militar dos Romanos, estes povos acabaram por ser romanizados, beneficiando das melhorias técnicas introduzidas pelos homens do Império Romano. Melhor organização e exploração agrícola, construção de estradas e pontes, exploração de minas, técnicas de fabrico de novos materiais foram as mudanças implementadas. De todas estas inovações sobraram ecos para a nossa memória, como os vestígios de estrada em Pedravedra ou a ponte de Vilar de Viando, ou ainda a indústria de tijoleiras em Carrazedo. Desaparecido o Império sob as hordas dos invasores bárbaros, parte deles de origem germânica, também na Península Suevos e Visigodos assentaram arraiais, de cuja presença, contudo, não ficou marca em Mondim. Os árabes sucederam – se na marcha da história da Península, mas nesta região apenas as lendas e histórias falam ainda de tesouros escondidos e mouras encantadas. Assim, Mondim de Basto ressurgiria novamente nos anais após o nascimento de Portugal, a partir das convulsões da Reconquista Crista dos territórios árabes. Seria, pois, o segundo rei a reconhecer a importância das gentes deste povoado, conhecendo – lhes o seu foral, garantia de direitos e obrigações dos moradores, foral esse que seria confirmado por D. Manuel I, em 1514. (In http://www.jf-scristovaodemondim.pt/)

Fotos Mondim de Basto